domingo, 24 de maio de 2020

PARA COMPREENDER AS ESCRITURAS - CULTURA CRISTÃ



O preparo doutrinário dos convertidos é sempre um desafio para a igreja. Onde encontrar material? Qual será o nível adequado? Que formatação e abordagem serão mais convenientes?

Foi com esse pensamento que comecei a pesquisar sobre artigos e livros com o que seria essencial à Fé Cristã. E como é bom perceber o direcionamento de Deus para nos transformar em Seu Filho. Recebi após a turma de catecúmenos da IP Barra uma cópia de "Verdades Essenciais da Fé Cristã"; criada por R. C. Sproul, mestre em Bíblia, essa obra foi originalmente publicada em um só volume, dividida em três cadernos e acrescentada com perguntas para avaliação e discussão pela Editora Cultura Cristã, buscando torná-la mais útil no preparo dos crentes.

Nossa época defende que basta crer, não importa em quê. Uma vez que a fé cristã é proposicional e a Palavra de Deus é a regra de fé e prática para o cristão, o conflito está armado e precisaremos de boa bagagem bíblica para resistir aos ataques do subjetivismo, do relativismo ou do agnosticismo dos nossos dias.

Esta série certamente vai ajudar-nos a melhor compreender as Escrituras e a termos mais firmeza em nossa fé.

Por isso, bom estudo. 



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1º Caderno
Parte I - A Revelação


01. A revelação divina

02. Paradoxo, Mistério e Contradição

03. Revelação Geral Imediata e Mediada

04. A Revelação Especial e a Bíblia

05. A Lei de Deus

06. Os Profetas de Deus

07. O Cânon das Escrituras

08. A Interpretação da Bíblia

09. A Interpretação Pessoal


Parte II - A Natureza e os Atributos de Deus


10. A Incompreensibilidade de Deus

11. A Triunidade de Deus

12. A Autoexistência de Deus

13. A Onipotência de Deus

14. A Onipresença de Deus

15. A Onisciência de Deus

16. A Santidade de Deus

17. A Bondade de Deus

18. A Justiça de Deus


Parte III - As Obras e os Decretos de Deus


19. A Criação

20. A Providência

21. Os Milagres

22. A Vontade de Deus

23. A Aliança

24. A Aliança das Obras


Parte IV - Jesus Cristo


25. A Divindade de Cristo

26. A Subordinação de Cristo

27. A Humanidade de Cristo

28. A Impecabilidade de Cristo

29. O Nascimento Virginal

30. Jesus Cristo como o Unigênito

31. O Batismo de Cristo

32. A Glória de Cristo

33. A Ascensão de Cristo

34. Jesus Cristo como Mediador

35. Os Três Ofícios de Cristo

36. Os Títulos de Jesus



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2º Caderno
Parte I - O Espírito Santo


01. A Divindade do Espírito Santo

02. A Personalidade do Espírito Santo

03. O Testemunho Interior do Espírito Santo

04. A Iluminação do Espírito Santo

05. O Batismo do Espírito Santo

06. O Espírito Santo como Consolador

07. O Espírito Santo como Agente de Santificação


Parte II - Os Seres Humanos e a Queda


08. O AutoConhecimento e o Conhecimento de Deus

09. Os Seres Humanos Criados à Imagem de Deus

10. Os Seres Humanos como Corpo e Alma

11. Os Seres Humanos como Carne e Espírito

12. Satanás

13. Os Demônios

14. O Pecado

15. O Pecado Original

16. A Depravação Humana

17. A Consciência Humana

18. O Pecado Imperdoável

19. Sincretismo


Parte III – Salvação


20. A Salvação

21. A Predestinação

22. Predestinação e Reprovação

23. A Vocação Eficaz

24. O Novo Nascimento

25. A Expiação

26. A Expiação Definitiva

27. O Livre-Arbítrio

28. A Fé

29. A Fé Salvadora

30. A Justificação pela Fé

31. A Fé e as Obras

32. O Arrependimento

33. Mérito e Graça

34. A Perseverança dos Santos

35. A Certeza da Salvação

36. O Estado Intermediário

37. A Ressurreição Final

38. A Glorificação



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3º Caderno
Parte I - A Igreja e os Sacramentos


01. Os Apóstolos

02. A Igreja

03. As Marcas da Verdadeira Igreja

04. A Excomunhão

05. Os Sacramentos

06. O Batismo

07. O Batismo dos Filhos dos Crentes

08. A Ceia do Senhor

09. A Transubstanciação

10. O Dia do Senhor

11. Juramentos e Votos


Parte II - A Espiritualidade e a Vida nesta Era


12. O Fruto do Espírito
[Romanos 12.1-21; 1 Coríntios 12. 1- 14.40; Gálatas 5.19-26; Efésios 4. 1- 6.20]

13. O Amor

14. A Esperança

15. A Oração

16. Antinomianismo

17. Legalismo

18. O Tríplice Uso da Lei

19. Perfeccionismo

20. O Governo Civil

21. O Matrimônio

22. O Divórcio


Parte III - O Final dos Tempos


23. O Anticristo

24. A Volta de Cristo
[Mateus 24.1-25.46; 26.64; Lucas 21.5-36; Atos 1.4-11; 1 Tessalonicenses 4.13-5.11; Tito 2.11-14]

25. O Reino de Deus

26. O Céu

27. A Visão Beatífica

28. O Inferno



sábado, 29 de fevereiro de 2020

Coragem! (Re)Início de Estudos.


Hoje dou prosseguimento ao que destino essa página, ser um registro de minhas interações naquilo que aprendi a chamar de ReforMissão; um conceito, até onde sei, cunhado pelo Mark Driscoll e levado a academia nos seus anos de auge.

Creio que já tenha passado do tempo de me responsabilizar por aquilo que venho estudando e aprendendo com os Homens que Deus tem colocado para me parecer mais com Cristo Jesus.

A Ideia inicial será relatos diários, três vezes ao dia, sobre o que leio, vejo e escuto. Oremos para que não caia numa egolatria ou mesmo num personalismo institucional.



quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Lendo e Estudando a Bíblia

Sempre fui aficionado pelo básico. Penso inúmeras vezes no que é essência e nas implicações dos princípios. Por isso, a seguir uma lista com 40 capítulos que resumem toda a mensagem da Bíblia. Leia-os na ordem e você terá uma visão geral da Palavra de Deus.

Deus criou o mundo e a humanidade: Gênesis 1 e 2

A humanidade se rebelou contra Deus e foi expulsa de sua presença. A terra se encheu de perversidade: Gênesis 3; Salmo 14; e Oséias 4

As religiões e os rituais humanos não são capazes de reconectar o homem com Deus: Isaías 1

A vida sem Deus não faz o mínimo sentido: Eclesiastes 1 e 2

Deus prometeu que enviaria um Salvador ao mundo, que sofreria a penalidade do pecado no nosso lugar: Salmo 22; Isaías 53 e 61

Jesus Cristo é o Salvador que foi prometido: Lucas 1 e 2

Jesus Cristo morreu na cruz e ressuscitou. Desta forma, ele levou sobre si o nosso pecado e nos salvou da condenação eterna: Mateus 26 a 28; 1 Coríntios 15; e Efésios 2

Deus pode transformar o coração pecaminoso do homem. Através desta transformação, nós "nascemos de novo" e passamos a amar e crer em Jesus: João 3

É necessário ter fé em Jesus para ser salvo: 1 João 5

Aqueles que creem em Cristo devem viver uma nova vida pelo poder do Espírito Santo: Mateus 5 a 7; Romanos 6 e 8; Efésios 4 a 6; Colossenses 3; Tiago 1, 3 e 4; 1 Pedro 2 a 4; 1 João 1

No dia do Juízo Final aqueles que rejeitaram a Cristo serão enviados para o castigo eterno e aqueles que amaram a Cristo irão para o paraíso: Apocalipse 21 e 22

O Senhor é o nosso Pastor! E nada jamais nos faltará!: João 10; e Salmo 23

Conhecendo algumas histórias na Bíblia:

José - Gênesis 37 a 47
Daniel e seus amigos - Daniel 1 a 3
Jonas - Jonas 1 a 4
Eclesiastes 11 e 12
Jovem Rico - Mateus 19.16 a 22
Filho Pródigo - Lucas 15




sábado, 14 de janeiro de 2017

Pensando como “O Calvinismo mata as missões!”

O Calvinismo mata as missões!”, dizem muitos. "Afinal, se Deus já escolheu alguns para salvar antes da fundação do mundo, deixando outros para serem condenados, então por que nos incomodaríamos pregando o evangelho às nações? Os eleitos serão salvos e nenhum dos outros será." Mas quando fazemos uma pausa para examinar de perto o Calvinismo, descobrimos que ele não mata missões — ele, de fato, é combustível para missões! Consideremos os bem conhecidos cinco pontos do calvinismo para ver como eles se relacionam com as missões.

Depravação Total:  A necessidade de Missões

Como Calvinistas, acreditamos que “por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Romanos 5:12). Assim, todos os homens nascem como pecadores; todos nascemos em rebelião contra Deus. Como está escrito: “Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus” (Romanos 3:10-11). Somos totalmente depravados por natureza, o que não significa que somos tão completamente perversos quanto possível, mas que nossa pecaminosidade afeta todas as áreas da vida. Nenhum aspecto das nossas vidas está livre da corrupção do pecado.

Uma vez que todos os seres humanos são pecadores, todos nós nascemos sob o juízo de Deus. Não importa onde vamos no mundo de hoje, separados de Cristo, aqueles que encontramos enfrentam a ira de Deus por seus pecados. “Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da nossa carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (Efésios 2:3). Uma eternidade no inferno espera as pessoas ao redor do mundo, como castigo por seus pecados. Como esta realidade pode não nos levar a encontrar maneiras de levar as boas novas de Jesus Cristo para as nações? Jesus é o único que pode salvá-los de um futuro terrível e lamentável!

Eleição incondicional:
A esperança através das Missões

Porque Deus não tem prazer na morte dos ímpios, mas chama os ímpios para que se convertam do seu caminho e vivam (Ezequiel 33:11), Ele predestinou um povo para a adoção de filhos por Jesus Cristo, de acordo com o beneplácito da Sua vontade (Efésios 1:5). A escolha de Deus, ou eleição, de um povo para manifestar a Sua graça foi incondicional, já que não há nada em nós como pecadores que faria com que Deus nos amasse (1 João 4:10).

Os eleitos de Deus são uma grande multidão que ninguém pode contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas (Apocalipse 7:9). E Ele escolheu esta grande multidão para receber a Sua gloriosa graça. É com essa certa esperança de sucesso nas missões que os Calvinistas vão às nações proclamando o Evangelho de Jesus Cristo.

Expiação limitada:  A mensagem das Missões

Deus, o Pai, dá o Seu povo eleito ao seu Filho, Jesus Cristo, para que todos os que veem o Filho e creem n'Ele possam ter a vida eterna (João 6:40). Ele usa pregadores para levar o Evangelho de Jesus Cristo para as nações, pois como eles invocarão Aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouviram sem um pregador? (Romanos 10:14).

A mensagem de todos os pregadores Cristãos é resumida pelo apóstolo Paulo: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze” (1 Coríntios 15:3-5). Cristo morreu para pagar pelos nossos pecados, “assim assegurando uma eterna redenção” (Hebreus 9:12). Ele não morreu apenas para tornar possível o perdão dos pecados. Cristo realmente nos redimiu para Deus por meio do Seu sangue. Ele redimiu homens e mulheres de todas as tribos, línguas, povos e nações (Apocalipse 5:9). Os Calvinistas querem que o povo de Deus, de toda tribo, língua, povo e nação, ouça sobre a expiação substitutiva de Cristo pelos pecadores, para que sejam perdoados dos seus pecados e adotados como filhos e filhas de Deus.

Graça irresistível:  O poder nas Missões

Os seres humanos nascem em estado de total depravação, completamente depravados, espiritualmente mortos em seus delitos e pecados (Efésios 2:1). Isso significa que ninguém virá a Cristo por si mesmo. Mas nos regozijamos em lembrar que Deus está operando através do Espírito Santo, efetivamente atraindo os Seus eleitos para Cristo (João 6:44). E a graça de Deus é irresistível, porque Ele determinou salvar um povo para Sua glória.

Portanto, os Calvinistas apelam a todos os homens em todos os lugares para se arrependerem (Atos 17:30), porque sabemos que aqueles eleitos por Deus se arrependerão e crerão em Cristo! Esta poderosa graça de Deus nos dá confiança nas missões, sabendo que todos os que creem em Cristo serão salvos: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Sim, os Calvinistas acreditam em João 3:16!

Perseverança dos santos:
O sucesso com as Missões

Finalmente, os Calvinistas descansam por saberem que nosso trabalho missionário será finalmente bem-sucedido. Pois, a Palavra de Deus não retornará a Ele vazia, mas cumprirá o que Lhe apraz (Isaías 55:11). Se não vemos o fruto do nosso trabalho entre as nações, então não precisamos desesperar. Não é ele o que planta, nem o que rega, mas Deus é quem dá o aumento (1 Coríntios 3:7). Ao mesmo tempo, sabemos que Deus está agindo e atraindo as pessoas para Si mesmo, então continuamos a proclamar as boas novas confiando n'Ele para remover os corações de pedra e dar corações de carne (Ezequiel 36:26).

Além disso, quando as pessoas em todo o mundo nascem de novo, reconhecemos que Aquele que começou uma boa obra nelas a completará (Filipenses 1:6). Deus nos apresentará irrepreensíveis diante da presença de Sua glória com grande alegria (Judas 24). Portanto, aguardamos com expectativa o dia em que nos uniremos com nossos irmãos e irmãs em Cristo de todo o mundo, louvando nosso Salvador pela redenção que Ele realizou na cruz. Que estas gloriosas verdades estimulem os nossos corações para missões como Calvinistas, para que Cristo seja glorificado!

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Fonte: John Divito [Founders Ministries]
Tradução: Tayllon Gabriel via Bereianos.

sábado, 10 de setembro de 2016

06 Considerações sobre o Cristão e a Maconha - Valdeci Santos



Algumas considerações do Prof. Valdeci Santos sobre um assunto que recebo bastante perguntas.
 

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O consumo ordinário da maconha já não é mais considerado uma prática vergonhosa ou marginalizada na sociedade contemporânea, mas apenas uma preferência comum como o tabaco, o café ou o álcool. Essa mudança traz inúmeras consequências e preocupações, especialmente para pais, pastores, conselheiros bíblicos e líderes de igrejas em geral. De certa maneira, representantes desses grupos aguardam um “posicionamento cristão” sobre esse assunto. Porém, o assunto é demasiadamente complexo e controverso para se apresentar uma análise que atenda todas as implicações desse fenômeno. Por isso, o que se apresenta aqui são apenas ponderações iniciais de um assunto que necessita maior discussão.

Na controvérsia sobre a maconha, há alguns que a interpretam como uma droga como qualquer outro medicamento e, portanto, o seu uso não deveria ser discriminado. No entanto, é preciso lembrar que os medicamentos são drogas administradas com o objetivo de reparar ou restaurar as funções normais do corpo humano. Mas a maconha ou outras drogas psicoativas têm o objetivo de ampliar a experiência e sensação e gratificação humana. Além do mais, qualquer droga (legal ou ilegal) auto administrada apresenta um perigo para a saúde do seu consumidor.

Por anos a resposta cristã sobre a maconha foi que o seu uso era pecaminoso por se tratar de uma droga ilegal e que ofende o corpo, o templo do Espírito. Nos últimos anos, porém, essa posição tem sido contestada até em alguns círculos cristãos. Quanto à sua ilegalidade, as manifestações pró-canabis procuram, a todo custo, alterar esse status e muitos argumentam que a legalização traria mais benefício social do que prejuízo. No que diz respeito aos supostos efeitos maléficos no corpo, a erva tem sido apresentada como contendo propriedades medicinais, especialmente útil para tratamentos de casos de dores crônicas. Dessa maneira, a aceitação geral do uso da maconha é mais um fenômeno social a desafiar o cristão a rever ou reafirmar o seu posicionamento sobre o assunto.

O uso e os efeitos da maconha não são estranhos às famílias evangélicas, pois muitos pais se preocupam e se entristecem pelo interesse de seus filhos pela droga. Mães se espantam ao perceber alguns efeitos estranhos da droga, a ponto de, aparentemente mudar a personalidade de seus filhos: vitimizações, explosões de ira, ânsia por doces, indiferença a tudo e a todos, etc. Alguns líderes de igrejas não sabem como proceder ao descobrirem que seus jovens não veem qualquer contradição entre confessar a fé cristã e fumar maconha habitualmente. Porém, não se pode dizer que a juventude seja o único grupo interessado nesse consumo. Há muitos cristãos adultos que também se dizem incertos quanto à proibição do uso da maconha e até outros que fazem uso ocasional da erva. Assim, não é mais possível afirmar que o “perigo mora ao lado”, pois ele já é uma realidade dentro da casa de alguns cristãos.

Apenas para complicar um pouco mais, há até a tentativa de se defender teologicamente o uso da maconha. Nesse sentido, alguns usam certos textos bíblicos que supostamente validariam o seu consumo. Um desses textos é Gênesis 1.29: “E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento”. O argumento frequentemente empregado nesse sentido é: desde que a maconha é uma erva que produz semente, segue-se que o seu consumo é sancionado desde a criação. Todavia, o que é omitido nesse argumento é que na criação o Senhor se referia a ervas comestíveis, enquanto que o meio mais usado para o consumo da maconha é fumando-a. Ainda que alguns misturem essa erva a comidas, como biscoitos e petiscos, etc., o propósito nesses casos não é alimentício, mas a obtenção dos efeitos sensoriais resultantes de seu ingrediente psicoativo (THC). Além do mais, qualquer interpretação correta dos textos bíblicos deve considerar o que foi ordenado antes da queda e o que foi pervertido após a mesma, pois a entrada do pecado no universo alterou a realidade tanto da fauna quanto da flora, micro-organismos e DNAs. De fato, nada é mais como antes!

Alguns defensores do consumo da maconha ainda apelam para a analogia entre a erva e o álcool. De fato, a história bíblica testifica de muitos heróis da fé que ingeriram álcool sem qualquer problema de consciência. Até mesmo o Redentor não se privou de beber o vinho, ordenando, inclusive, que a sua morte fosse relembrada por meio dessa bebida (cf. Mt 11.19 e 1Co 11.24-25). Nesse caso, porém, há que se considerar que uma pessoa pode consumir pequenas quantidades de álcool sem qualquer intenção de se intoxicar, mas ninguém pode fumar maconha sem esse objetivo. Em quase todos os casos do uso recreativo da maconha, a motivação básica é a intoxicação para se obter os efeitos proporcionados por essa erva! No caso do álcool, a pessoa pode ingeri-lo sem a intenção de entorpecimento. De qualquer forma, o cerne da questão será a motivação da pessoa ao usar um ou outro!

Finalmente, ainda que exista muita controvérsia sobre o uso da maconha, é possível estabelecer um consenso sensato a respeito de alguns assuntos relacionados ao uso dessa erva. De fato, há alguns tópicos que são claramente reconhecidos e sustentados por todos e antes de qualquer aprofundamento sobre o assunto eles devem ser lembrados. O consenso em relação a esses itens se fundamenta tanto sobre o senso comum quanto o conhecimento factual sobre a canabis.

1) Em última instância, qualquer pessoa que recorre ao uso de uma substância psicoativa o faz na tentativa de fugir da realidade e criar uma situação mais aceitável aos seus desejos. Não importa se de início isso assuma o formato de busca por aceitação, modismo, curiosidade ou revolta. O fato é que ninguém recorre a qualquer subterfúgio se o seu mundo interior estiver “resolvido” e em “ordem”. Por essa razão, o consumo da maconha ou qualquer outra droga é, de fato, uma rendição aos desejos desordenados do indivíduo e uma busca por uma solução imediata que ao final poderá resultar em maiores sofrimentos.

2) A maconha consumida nos dias atuais é muito diferente daquela que as pessoas fumavam nos anos 60 e 70. A potência presente no produto atual torna a experiência dos seus usuários mais intensa. Além do mais, a crescente competição entre os fornecedores incentiva ao desenvolvimento de um produto mais “forte”, com reações mais rápidas e efeitos colaterais mais nocivos. Hoje, por exemplo, existe a maconha sintética (canabioide sintético), produzida em laboratório, mais barata, mais potente e mais perigosa. (fonte: http://bbc.in/299fbBo)

3) Não há nenhuma droga que altera o humor e o estado mental de uma pessoa que seja inofensiva. Certamente é possível dizer que algumas drogas são menos maléficas do que as outras, mas nenhuma delas é inconsequente. No caso da maconha, ela pode até ser menos nociva do que muitas outras drogas, mas ao final, todas podem se tornar viciantes ou “abrir as portas” para o consumo de outras substâncias mais danosas.

4) Geralmente o consumo de uma droga considerada ilegal aumenta rapidamente após a sua liberação no mercado, mas pode até diminuir com o passar do tempo. Todavia, os problemas domésticos e sociais advindos do seu consumo não acompanham o mesmo processo de interesse, ou seja, eles não diminuem com o passar do tempo. Um exemplo claro disso é o que se vê com o cigarro e o álcool. Além do mais, qualquer tentativa de fugir da realidade ou dos problemas por meio do uso de alguma substância química, acaba se revelando mais problemática, pois após o efeito da mesma, a realidade ainda terá que ser encarada e ela poderá até ter se agravado.

5) Assim como acontece com o álcool, é possível que alguns usuários casuais de maconha não apresentem efeitos prejudiciais imediatos. Todavia, utilizando a mesma analogia do álcool, é possível identificar pessoas que tiveram suas vidas negativamente alteradas pelo uso dessas drogas psicoativas e já não conseguem mais retornar à normalidade passada. Além do mais, ainda que os efeitos físicos não se apresentem imediatamente, as consequências espirituais e relacionais podem ser devastadoras.

6) Com todas as tensões da vida em um mundo caído, é compreensível que as pessoas procurem por uma forma de alívio imediato. No caso da maconha, porém, a proposta do alívio pode se tornar um pesadelo, tanto para a família como para o usuário. A razão para isso é que não existe uma paz que seja gerada por um produto químico e nem tranquilidade duradoura que seja resultante de uma substância externa. A verdadeira paz e tranquilidade são frutos do relacionamento com o Deus da paz, e isso não acontece por uma ingestão, mas conversão e mudança de dentro para fora (Rm 5.1-2). O esforço por se obter alívio na maconha ou qualquer outra coisa que não na comunhão com o verdadeiro Deus, revela uma distorção na adoração, onde se busca na criação aquilo que só o Criador pode conceder.

Concluindo, a popularidade do consumo da maconha é um convite à reflexão e discussão pelas igrejas e pequenos grupos. Nesse sentido, a pior resposta cristã a esse desafio será manter as pessoas na ignorância do mesmo, pois a curiosidade se alimenta da falta de conhecimento. Há que se considerar ainda as maneiras mais eficientes e coerentes com o Evangelho de se oferecer ajuda àqueles que lutam contra a inclinação de se voltarem para essa ou outras drogas. (Via Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper)