terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Projeto de Formação em Teologia Sistemática: As doutrinas Bíblicas


Não creio que Deus deseje que o estudo da teologia resulte em confusão e frustração. Sendo assim, tentarei expressar as posições doutrinárias deste blog de modo claro e mostrar em que parte das Escrituras encontrei provas convincentes para elas.

Penso que não estarei fazendo nada além de ser honesto para com os leitores deste blog ao apresentar no começo as minhas próprias convicções com respeito a certos pontos que são objetos de debates dentro do cristianismo evangélico. Sou comprometido com uma visão conservadora de inerrância bíblica, bem de acordo com a "Declaração de Chicago" do Congresso Internacional sobre Inerrância Bíblica, e com a posição reformada tradicional a respeito de questões relacionadas com a soberania de Deus e com a responsabilidade do homem, a extensão da expiação e o problema da predestinação. De acordo com a visão reformada, sustento que as pessoas realmente nascidas de novo nunca perderão sua salvação. Com respeito à relação entre homens e mulheres, defendo uma visão que não é nem tradicional nem feminista, mas "complementarista" - isto é, que Deus criou o homem e a mulher iguais em valor e personalidade e iguais no fato de ambos serem dotados da imagem divina, mas tanto a criação como a redenção indicam alguns papeis distintos no casamento e na igreja. Sobre o governo da igreja, defendo uma forma congregacional modificada, com pluralidade de presbíteros em cargos de liderança. Defendo uma visão batista do batismo, segundo a qual os que fizeram uma profissão de fé pessoal digna de crédito devem ser batizados. Sustento que "batismo no Espírito Santo" é uma frase que se aplica melhor à conversão e que as experiências posteriores são mais bem designadas pela expressão "ser cheio do Espírito Santo"; além disso, proponho que todos os dons do Espírito Santo mencionados no Novo Testamento ainda são válidos hoje, mas "apóstolos" é um ofício, não um dom, e esse ofício não existe mais. Sou pré-milenista pré-tribulacionista, pois creio que a segunda vinda de Cristo pode ocorrer a qualquer dia e precederá o milênio - isto é, marcará o começo do reino milenar de Cristo, de paz perfeita sobre a terra - e se dará antes da tribulação - ou seja, há cristãos que não passarão pela grande tribulação.

Isso não significa que ignoro outros pontos de vista. Onde há diferença doutrinárias, dentro do cristianismo evangélico, tentarei representar outras posições com imparcialidade, explicar por que discordo delas e fornecer referências das melhores defesas disponíveis das posições opostas. (Se falhar em representar uma visão oposta de modo exato, apreciarei comentários e emails de qualquer pessoa que sustente essa posição; pessoalmente, penso que muitas coisas estão em formação em mim ainda, por isso, há possibilidades de haver correções em meus escritos num ou noutro post para este blog!!). [adaptado do Prefácio de Teologia Sistemática: Atual e Exaustiva, de Wayne Grudem]


Como Projeto de Formação para futura graduação em teologia, colocarei referências neste post das matérias elaboradas a respeito das convicções apresentadas aqui, atualizando de ano em ano o link para que fique sempre ativo até minha meta. Começo em 20 JAN 2015 com perspectiva de chegar aos 30 anos (2019) com boa parte daquilo que percebo através das Escrituras, e do relacionamento com o Deus Único e Verdadeiro, juntado de forma coerente e sistemático.


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

As Doutrinas da Graça

Creio que já faça uns 04 anos que fui despertado para o tema da Graça. Isto é como Deus se manifesta na história humana para manifestá-la foram meu suporte para ingressar numa teologia mais robusta e desafiadora, como é a Reformada.

Este ano, comecei o livro de James Montgomery Boice e Philip Graham Ryken, AS DOUTRINAS DA GRAÇA ("Resgatando o verdadeiro Evangelho"), lançado pela Editora Anno Domini, e já me vejo como no início desses 04 anos. A única exceção é que desta vez não me sinto perdido entre pressupostos, palavra que aprendi apreciar.

Com recomendações de Augustus Nicodemus Lopes e Walter McAlister e contendo 280 páginas este promete ser mais que uma ajuda, necessária, mas um verdadeiro livro de cabeceira(!!).

Por enquanto o resumo máximo que dá para se fazer é que, historicamente, o calvinismo protege e dá sentido a muitas doutrinas bíblicas, além de embelezar pontos controvertidos (os quais espero demonstrar, mas só mais a frente!), assim como proporciona melhores armas contra as fortalezas intelectuais, e espirituais, que se opõem ao Senhorio de Cristo Jesus.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Comentários sobre Gênesis 1 - Daniel Guanaes

Sabia que entre os estudiosos da tradição hebraica, há quem trate Gênesis 1 como um poema sobre a criação? Aos preocupados, isso não tira a veracidade da narração; só acrescenta beleza a ela.

A Bíblia é uma biblioteca que contém livros que são escritos em diversos estilos literários. Seu primeiro capítulo segue uma cadência de ritmos e repetições que o conferem beleza singular. De fato, como uma poesia.

Veja só:

O que foi criado no dia 4 preenche o que foi criado no dia 1.
O que foi criado no dia 5 preenche o que foi criado no dia 2.
O que foi criado no dia 6 preenche o que foi criado no dia 3.
3 dias de criação. 3 dias de preenchimento. 1 dia de descanso. 7 dias no total.

Em hebraico, o primeiro verso tem 7 palavras.
O segundo tem 14 palavras (7x2). 

No capítulo todo, a palavra “terra” aparece 21 vezes (7x3).
A palavra “Deus” aparece 35 vezes (7x5).
A expressão “e assim se fez” aparece 7 vezes.
E a expressão “viu Deus” aparece 7 vezes.

São repetições rítmicas que dão beleza a um texto que descreve a criação. Padrões de 7 por todo o capítulo.
Justamente 7. O número que, na tradição judaica, representa a perfeição. 

É como se Moisés, ao escrever sobre a origem de todas as coisas, estivesse repetindo: Olha que perfeito! Olha que perfeito! Olha que perfeito!

Sabe qual é o propósito de Moisés? Mostrar que a história é bela desde o seu início. Que o universo é resultado de propósito, de intenção. Que o que alguns pensam ser fruto do acaso, na verdade é uma obra de arte.

Daniel Guanaes

 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Amor: Eu e o Outro

João 15.12 é um paradigma para a forma como devemos nos relacionar com o amor e como este é expresso para com o próximo:

Cristo doa-se pelos seus amigos em amor e os estimula a fazer o mesmo; inverte-se assim o quadro anterior de amor com base no ego em si ("amar os outros como a si mesmo") e acentua-se a necessidade de tomarmos as qualidades de outro, que nos é singular e desafiador ("amar como Cristo nos amou").

Assim, ou nossa expressão de amor, por nós e pelo próximo, é mediada pelo Cristo que se entregou por amor, ou seremos os mais desesperados e inconsequentes de todos, nos relacionamentos que travarmos, uma vez que nossa base será apenas aquilo que nos é próprio, rebelião contra todas as bases do amor desejado.


terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Disciplina na Comunidade Local


Pensamentos de comentário num post de amigo, que julgo serem pertinentes; críticas, sejam bem vindas:


Uma boa lembrança é que, no geral, (os líderes espirituais - pastores locais) estam mais para aconselhar, disciplinando em amor, que para para "colocar no banco"; é a reconciliação a Deus e sua comunidade local, em arrependimento, que desejam; "as densas trevas... e entregue a Satanás" somente para os rebeldes convictos que não aceitam o amor da comunidade local, povo de Deus, corpo de Cristo e templo do Espírito Santo.

No início até pensava assim também ("o que corrigi é a palavra de Amor, mas também a palavra rígida e franca", adaptado), mas ao ler Colossenses[ "Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou." (3.12); "O seu falar seja sempre agradável e temperado com sal, para que saibam responder a cada um." (4.6);] percebi que a Palavra de Amor é rígida com a punição ao erro, mas acolhedora, englobando a pessoa corrigida e a direcionando à comunhão da comunidade e não ao exílio, ou afastamento - "O banco".

Digo, tem que haver correção, nos moldes de Mateus 18, segundo Cristo, mas esta é feita pensando sempre em como restaurar a comunhão do transgressor e nunca seu afastamento... este é o último caso, mesmo assim, se for constatado que o transgressor na realidade é um ímpio e rebelde convicto, e não quando percebemos, através das testificações do Espírito Santo, que estamos corrigindo um crente em Deus.

Ao rebelde, segundo Cristo em Mateus 25, somente o inferno, a segunda morte, mas aos crentes em Deus, amor, paciência, longanimidade, misericórdia e muita relativização - aqui uso o termo não pensando que A Verdade da Escritura deva ser posta de lado, mas que devemos nos por no papel do transgressor: tal como Adão, ele tá magoado e confuso, escondendo e acusando... até vir Deus, totalmente Santo, Justo, e também totalmente Misericordioso, Amoroso(!), e o acolhe com um chamado para sua presença e faz veste para sua nudez, ainda que o castigue expulsando do Éden, Ele se manifesta aos seus filhos e recebe o sacrifício, além de conceder mandamentos para contenção do pecado.


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Orientações para meu passageiro sombrio


Creio que algumas figuras sejam tão emblemáticas que acabem nos estimulando deixar a inércia que tão bem nos acomodamos; assim foi com a "nova" série que assisto, DEXTER, em sua procura por si mesmo e o que o define, este personagem me fez perceber o quanto de mim não tenho conhecimento, por querer que tudo se encaixe em modelos que pré modelei para agradar.

Partindo da premissa que vale organizar o que se pensa e que a escrita é a melhor forma de sistematizar aquilo que saí de nossa boa, começo a postar neste blog, esporadicamente, aquilo que tem me saltado e mesmo incomodado.

Começo com a necessidade de que temos em deixar claro, como crente em Deus, que tecemos teologia, ou em melhor forma, construímos pensamentos sobre Deus e seu relacionamento conosco, e por isso devemos ser os melhores teólogos que pudermos e organizar nossas armas da melhor forma que conseguirmos, usando aquilo que outros são viveram e produziram para confrontar o que temos experimentado e escrito. Assim, este projeto de blog será apenas um registro do que eu mesmo venho estudando e percebendo, mesmo com as incoerências, que já consigo perceber, tentando deixar claro onde as coisas são inferências minhas e onde é consenso da comunidade dos remidos na história.

Até breve, e espero contar com comentários e indicações.



domingo, 23 de novembro de 2014

Pressupostos Pessoais para o Cristão e as Bases da nossa fé

CRER: sem a fé é impossível aprender as verdades de Deus e vê-las transformar sua vida (1 Co 2.10-16);


PENSAR: A fé é racional, de modo que deve-se ter métodos de estudo, avaliação crítica das evidências e combinar os diversos ensinos como um todo;


DEPENDER: A dependência do Espírito Santo para a compreensão da Teologia é algo fundamental e obrigatório (Jo 16.12-15);


ADORAR: O estudo e o conhecimento cada vez mais profundo de Deus devem levar o estudante a uma posição de adoração a Deus por reconhecer cada vez mais que Deus é digno de tal adoração.




Bases da nossa fé:


- A nossa fé deve estar apoiada em Cristo como nosso SENHOR e Salvador pessoal: traduz-se em uma entrega total (Rm 1.17);


- A fé cristã inclui arrependimento: desviar-se do pecado e voltar-se para Deus, por meio de Cristo (At 17.30);


- Fé inclui novo nascimento (Jo 3.3-6);


- A fé inclui sincera dedicação pessoal e fidelidade Deus (Mt22.37-40).